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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O cultivo de orquídeas - vale a pena ser paciente - parte 1



Cultivar orquídeas pode ser viciador. Alguns apreciadores gastam horas estudando os nomes latinos de suas orquídeas favoritas para pronunciá-los corretamente. Por que as pessoas ficam tão fascinadas com essas flores?
É imensa a variedade de orquídeas. Cerca de 25 mil espécies foram descobertas na natureza e organizações oficiais reconhecem mais de 100 mil híbridas artificiais. O termo "híbrido artificial" não significa que os botânicos criaram novos organismos vivos a partir do solo, água e ar. Significa que esses híbridos são produtos de polinização cruzada controlada.
Tanto as orquídeas que crescem na natureza como as produzidas com ajuda humana apresentam vários tamanhos. Há espécies tão minúsculas que é preciso usar uma lente de aumento para observá-las melhor, enquanto outras ficam facilmente à vista em peitoris de janelas. Uma orquídea que cresce na floresta tropical da Indonésia pode pesar quase 500 quilos!
As orquídeas ostentam uma grande variedade de cores e formatos. Algumas delas tem uma semelhança impressionante com abelhas, mariposas e pássaros, enquanto outras tem um formato ímpar que cahama a atenção, principalmente de cultivadores. Por muitos anos, essas belas plantas eram acessíveis apenas aos ricos, mas hoje elas estão disponíveis aos de condição mais humilde.



As pessoas admiram orquídeas há séculos, mas só em tempos relativamente recentes cultivadores aprenderam técnicas eficazes de reproduzi-las. Em 1856, floresceu a primeira orquídea híbrida artificial. No entanto, cultivar essas flores magníficas - mas que exigem cuidados meticulosos - costumava ser mais tedioso do que prazeroso.
As sementes das orquídeas são pequenas - algumas parecem pó. Manusear sementes tão pequenas assim era desafiador e ainda costuma ser, mas o maior desafio é fazê-las crescer. Por décadas, orquidófilos experimentaram diferentes materiais e condições para achar um meio de cultura ideal para germinar sementes de orquídea. Em 1922, o Dr. Lewis Knudson, um cientista da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, descobriu que, quando as sementes eram colocadas numa mistura de água. açúcar e ágar (uma substância gelatinosa extraída de algas marinhas), elas brotavam e cresciam bem. Logo, aficionados estavam produzindo novas orquídeas híbridas em abundância. Essa "febre de orquídeas" continua até hoje. Todo ano surgem muitos exemplares híbridos nunca vistos em público.
Mas, bem antes de os homens cultivarem orquídeas, elas já cresciam na natureza. Como é que elas geram espécies híbridas sem a intervenção do homem?