Goodyerinae - foto de Ron Parsons
O surgimento das primeiras orquídeas ficou mais esclarecido depois de pesquisas que envolveram a sistemática filogenética e estudos de fósseis. "O fóssil mais antigo encontrado de orquídea é a Meliorchis caribea, pertencente à subtribo Goodyerinae, grupo que ainda tem representantes vivos na flora atual. Essas pesquisas comparam a idade de Meliorchis com a de fósseis de outras plantas monocotiledôneas para investigar suas relações evolutivas e a calibragem da árvore filogenética", explica o pós-doutor em Ciências Botânicas da USP, Wellington Forster.
O fóssil encontrado consiste em um polinário, isto é, um pacote de pólen aglutinado, a forma pela qual a maior parte das orquídeas libera seu pólen. Esse polinário está ligado à região dorsal (mesoscutelo) de uma abelha fóssil da espécie extinta Proplebeia dominicana . Ambos estão preservados em âmbar e datam do período Mioceno (entre 20 e 15 milhões de anos atrás).
Fóssil de Meliorchis caribea em pedra de âmbar.
Fóssil de Proplebeia dominicana.
Fóssil de Meliorchis caribea em pedra de âmbar.
A evolução dessa interação entre orquídeas e agentes polinizadores, fundamental para a dispersão das plantas, ainda era desconhecida dos biólogos. A descoberta do fóssil de abelha associado ao polinário de uma orquídea permitiu demonstrar a antiguidade dessa relação. “Desde a época de Darwin, os biólogos evolucionários foram fascinados pelas adaptações da polinização por insetos exibidas pelas orquídeas”, diz Santiago Ramírez, pesquisador do Museu de Zoologia Comparada de Harvard e também autor do artigo.
Segundo Ramírez, a descoberta é de grande importância, pois é muito difícil obter o registro fóssil dessas plantas. Elas não florescem freqüentemente e estão concentradas em áreas tropicais, cuja umidade impede o processo de fossilização. Além disso, seu pólen só é disperso por animais – e não pelo vento – e se desintegra em contato com o ácido usado para extraí-lo das rochas.
Segundo os pesquisadores, a família das orquídeas era razoavelmente jovem na época da extinção dos dinossauros, há 65 milhões de anos. Eles acreditam que a grande diversificação das orquídeas tenha ocorrido logo após esse evento de extinção em massa que dizimou muitas das espécies do planeta no período entre o Cretáceo e o Terciário.
A preservação das orquídeas exige algumas medidas como a conservação de ambientes naturais que podem ser reservas biológicas e parques nacionais.
Outras medidas são conscientizar as pessoas sobre o extrativismo para que elas não comprem plantas retiradas dos habitats naturais e, assim, incentivar a produção de plantas propagadas por sementes ou a clonagem feita em laboratório para o comércio de orquídeas.
A preservação das orquídeas exige algumas medidas como a conservação de ambientes naturais que podem ser reservas biológicas e parques nacionais.
Outras medidas são conscientizar as pessoas sobre o extrativismo para que elas não comprem plantas retiradas dos habitats naturais e, assim, incentivar a produção de plantas propagadas por sementes ou a clonagem feita em laboratório para o comércio de orquídeas.